9/27/2007

Tríplice fronteira



Quem conhece Foz do Iguaçu pode visitar 3 países em 1 dia ou em 3, como eu fiz. No encontro dos rios Iguaçu e Paraná é possível visualizar o triângulo com as bandeiras brasileira, argentina e paraguaia, cada uma em suas terras. O principal motivo da minha visita foi conhecer as cataratas e a natureza da região.Como tínhamos pouco tempo decidimos contratar uma empresa, a Harbor, que fez o trasfer desde a rodoviária e nos levou em todos os passeios. Começamos no parque da aves, é lindo, a gente pode chegar bem pertinho dos bichos e corremos o risco de eles pousarem em nossos braços. Olhem as fotos, a maioria tirei de dentro das jaulas.
O passeio mais legal foi o macuco safári, entramos num bote/lancha inflável e enfrentamos a correnteza em direção às cataratas do lado brasileiro, era assustador ver aquela quantidade imensa de água caindo em nossa direção e a lancha se aproximando muito rápido, tinham redemoinhos enormes e foi o banho no momento em que o bote mergulhou numa das cachoeiras, quando chegávamos perto de onde tinha o maior volume de água caindo a umidade era intensa, uma névoa densa que deixava tudo molhado. O bote estava cheio de japa e foi aquela gritaria indecifrável. O motorista era radical, fazia manobras arriscadas e quando pensávamos que não tinha mais correnteza ele fazia uma curva brusca, formando uma onda que vinha direto para cima da gente. O calor era tanto que o vento parecia um secador de cabelo, nem precisei trocar de roupa, no final do passeio já estava seca.
Continuamos a correria do dia, trilha para chegar nas cataratas e ver de cima. O nível do rio estava 7 metros abaixo do normal e mesmo assim é muita água. Para aproveitar as noites de Foz fomos ao Capitão, no centro, com mesas na rua, comida mexicana e toda a vez que alguém pedia um certa bebida apareciam garçons com tambores e outros instrumentos, vestidos de mexicanos. Um carregava a bebida e taças em chamas. O bar parava, e lá estava a pessoa que pediu a tal bebida com um funil na boca e o garçom colocando a bebida e o fogo dentro do funil. Em outra noite fomos à Mega Pizza, saí rolando, era rodízio de pizza, de galeto, de batata frita e de sorvete, só de pensar fico mal. Mas era boa.
Também fizemos o passeio noturno em Itaipu, maior hidroelétrica do mundo,achei sem graça, estava tudo escuro e as luzes se acendiam. Os engenheiros que estavam com a gente foram os que mais gostaram.

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Ciudad Del Este

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Que loucura, um tumulto (só vi pior no mercado de Marrakech), todos querendo te vender algo, camelôs e outdoors por toda a parte. Muita coisa barata, mas eu não comprei nada, só acompanhei alguns consumistas enlouquecidos e ajudei a passar a muamba na minha cota, U$300 por pessoa.

Puerto Iguazú



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É a parte mais legal das cataratas, pegamos o trem pela mata até o início das passarelas que vão abrindo o caminho no rio até chegar na garganta del diablo, um lugar escondido com uma impressionante quantidade de água. Dava medo por que começou a chover forte e imaginei o rio subindo rapidinho e alcançando a passarela, como já aconteceu outras vezes em épocas de enchente. Fiquei completamente molhada da chuva e da névoa que vinha das cachoeiras.

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9/04/2007

Um dos meus lugares preferidos

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Fazem mais de 10 anos que acampo no Parque Nacional de Santa Teresa e sou encantada por ele até hoje. Tenho ido acampar lá no mínimo 1 vez por ano e toda vez é diferente, podem acontecer coisas mágicas e surpreendentes. Já vivi momentos de intensa alegria e nostalgia. É um prazer acordar cedo quando o sol bate na barraca e o calor não dos deixa dormir, só assim para aproveitar bem o dia, se não o lugar é tão relaxante que não dá vontade de fazer nada. Adoro tomar café da manhã com vista pro mar e bater longos papos com os companheiros de camping, depois passar o dia na praia, praticar esportes, estar entre amigos ou somente com alguém especial. É lindo ver a lua cheia surgir em alto mar e iluminar as noites sem luz. Poder se esquentar ao redor da fogueira preparando uma parrillada ( cordeiro inteiro na grelha, miúdos, pimentão recheado com provolone e outras delícias), cantando ao som do violão, bebendo muita cerveja, vinho ou para as noites mais agitadas, uma tequila (tudo comprado bem baratinho no chuy), ou simplesmente deitar na rede tendo a sensação que todas as estrelas estão acesas só pra mim e ficam se escondendo no balanço das folhas das árvores.

Tem noites que só se escuta o barulho do mar e do vento movimentando as copas das árvores. Já tem outras noites com muito barulho, vários tipos de música e gente gritando. E de repente alguém imita um pássaro, e esse som se espalha pelo parque tão alto que vários escutam e começam a imitar, a música pára e todos falam a mesma língua. Em noites assim já conheci muita gente interessante, às vezes eu pego a lanterna (sozinha ou com amigos) e saio procurando outro acampamento mais animado. Dessas noites surgiram amores, grandes amizades e muita história pra contar. Essa não é uma experiência só minha, sei de muitas histórias fantásticas desse lugar. É muito bom estar em contato com a natureza desse jeito, sempre volto com as energias renovadas e com um sorriso no rosto dos momentos que vivi.

Mas nem tudo são flores, depois de todos esses anos, na última Páscoa vivi coisas que jamais imaginei que poderiam acontecer comigo. Estava de guia de uma excursão (como tenho feito desde 2004) e no primeiro dia tudo foi tranqüilo, montamos uma super estrutura e estávamos prontos para enfrentar eventuais contratempos (ventanias, temporais, animais indesejados, etc...). Chegou a hora de procurar lenha no mato para fazer a fogueira, fomos eu Adrien e Boris (amigos franceses que estavam no parque pela primeira vez), eu consegui bater e derrubar com as lenhas uma colméia de bichos voadores, peludos, pretos e com 2 listras amarelas!!! Mas eu não tinha percebido o que havia feito, quando os vi voando ao meu redor resolvi ficar parada para não me atacarem, não adiantou, eles entraram na dentro da minha roupa e me picaram, comecei a gritar e tirar a roupa até que Boris foi me ajudar e os bichos entraram na bermuda dele, foi horrível, saímos correndo, e enquanto isso o Adrien havia se perdido no mato. Ficamos com bolas no corpo e muita dor. Mesmo assim conseguimos aproveitar o resto do dia. Nesta mesma noite dormi com um escorpião (havia esquecido de colocar alho ao redor da barraca, que espanta alguns bichinhos peçonhentos), me acordei e lá estava ele. Foi fácil matar, era um filhotinho. No segundo dia começou a chover e não parou mais, cavamos caneletas ao redor das barracas e ficamos o dia todo bebendo, tendo conversas animadas em baixo da lona e a todo o momento alguém tinha que tirar a água acumulada pra não furar a lona. Mas tudo bem, fomos dormir animados até que no meio da noite eu senti que água começou a entrar. Pensei em sair e cavar mais pouco para mudar o curso da água, quando abri a barraca veio uma enxurrada pra cima de mim, veio terra, galhos e muita água. Tudo o que eu tinha molhou, acabei indo dormir no carro que estava lotado, pois todas as barracas estavam inundadas. No outro dia, continuava chovendo, eu descobri o motivo pelo qual a minha barraca foi a mais atingida. Todos fizeram canaletas que formaram um rio que acabava na porta da minha barraca. Voltei pra Porto Alegre, suja, com dor e com tudo molhado. Paciência, só espero que tenha sido só dessa vez, e que o parque continue sendo meu lugar preferido.

O Parque

Situado numa área militar, o parque é um lugar fascinante, desenhado com um grande sentido estético e mantendo o equilíbrio ecológico. Surgiu ao redor da Fortaleza de Santa Teresa, de 1762. Depois que o forte foi abandonado e saqueado, houve uma restauração em 1928 e é mantido pelos militares uruguaios até hoje.

São 3.000 hectares com mais de dois milhões de árvores, exóticas e nativas, 60 km de estradas internas asfaltadas, 15 km de praias com muita vegetação, museus e animais que andam soltos, entre outros atrativos. Tudo muito bem sinalizado. Está localizado a 500 quilômetros de Porto Alegre. São duas entradas, pela Fortaleza, que pode ser vista da estrada, ou mais adiante, pela entrada principal no quilômetro 302, da rota 9.

Tem muito que fazer dentro e fora do Parque. A Capatacia, onde funciona a coordenação, fica próximo ao Museu Histórico e a Lagoa de Peña, que oferecem serviços de visita guiada. O Invernáculo ém lugar especial para renovar as energias. É uma estufa com plantas exóticas do mundo com um aroma agradável e música ambiental, é muito boa a sensação de estar lá dentro. Saindo da estufa, segue-se pelo perfumado Rosedal (corredor com mais de 300 espécies de rosas) até o Sombráculo (local onde habitam plantas exóticas que precisam de meia-luz). A Pajarera, onde podemos ver a maior concentração de animais, tem uma linda vista do pôr-do-sol. El Chorro apresenta uma vegetação bonita e uma piscina de pedra com água doce. A Fortaleza de Santa Teresa conta com um museu cheio de objetos curiosos. Do alto da Fortaleza, é possível ver o pôr-do-sol no pampa uruguaio. E há praias maravilhosas la Moza, las Achiras, el Barco e Playa Grande. São divididas por interessantes formações rochosas, entre a segunda e a terceira tem a Punta Cerro Chato. Na praia las Achiras, ao contrário da Playa Grande, o mar é calmo.

De dezembro à março o parque tem diversos serviços para satisfazer quem gosta de camping selvagem, mas com infra-estrutura. Na praia de la Moza, os espaços possuem tomada e torneira. Tem bar, sorveteria, fliperama, restaurante, minimercado, pizzaria, padaria, açougue, serviços telefônicos, serviços de ônibus, aluguel de banheiros químicos, água potável, banheiros públicos com caldeira e lenha cortada. O espaço para camping é tão grande que é quase impossível ter outras pessoas acampadas perto demais. É possível tanto acampar com muita gente e infra-estrutura por perto como isolar-se totalmente.

De manhã cedo, há surfistas de carro andando de um lado para outro, procurando a melhor onda. Geralmente as boas estão em La Moza ou Playa Grande. Como o mar é muito gelado, é necessário roupa especial. O lugar também é famoso pela pesca. Muitos fazem manobras de skate ou andam de bicicleta, roller e fazem caminhadas pelas estradas asfaltadas. Outro esporte muito legal é sandboard, quando a maré está alta na praia grande, é possível descer com muita velocidade e chegar até o mar.

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Outros balneários


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Próximo ao parque tem a Barra do Chuy, praia com formações rochosas e o Forte San Miguel, com sua arquitetura e museu. Tem a Laguna Negra com passeios de barco e para os que gostam de fazer trilhas, vale a pena encontrar as praias escondidas da lagoa, nunca visitei um lugar tão silencioso. Tem o balneário Punta del Diablo, ao lado da Playa Grande. Um pouco mais adiante tem o balneário de Capo Polônio com suas dunas de até 70m de altura e o farol rodeado de lobos marinhos. Essa praia é muito inóspita, mas tem um astral muito interessante e diferente. Para chegar até lá, os carros devem ser estacionados 7 km antes e o único meio de transporte são os dromedários (carros 4x4 com carroceria de 2 andares), parece que estamos numa montanha russa. A praia não tem encanamento nem luz elétrica, tudo acontece com caldeiras ou velas. E mesmo assim é considerado um point Uruguaio, entre os alternativos. No verão, esses dois balneários são muito agitados, com festas diferentes, restaurantes e praias cheias de turistas.

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