10/29/2007

Turismo em Habana





É muito agradável caminhar à beira mar, fui do início do Vedado até Habana Vieja pelo Malecón, que é patrimônio histórico da humanidade, neste local, cubanos e turistas se misturam gente de todas as partes do mundo. Pessoas pescam, pedalam, caminham, andam de roller, cantam ou ficam sentandas apreciando o mar e as pessoas. O pôr do sol é bem bonito. Não importa se é dia ou noite, está sempre cheio de gente. É seguro, bem policiado como em todo bairro Vedado.
Acredito que o melhor lugar para se hospedar em Habana é no Vedado, tem tudo e ainda fica perto do centro histórico. Fiquei no Hotel Vedado, estava bem, mas muito caro pelo serviço que ofereciam. É bom levar adaptador de tomadas que são diferentes das nossas. Andei a pé por todos os lados. Conheci a sorveteria Copélia, onde foi filmado Morango e Chocolate, este lugar é uma viagem, tem a parte para turistas (um quiosque) e a parte para cubanos, numa se paga em moeda nacional e na outra em CUC, sendo que o sorvete pago em CUC é melhor e têm mais variedade. Mas o prédio para cubanos é muito mais bonito, tem um segurança na porta que só deixa entrar se mostras que tens a moeda nacional. Aproveitei que estava com Ana e fui para o lado dos locais. Como turista, não tive acesso à moeda nacional. Para sentar na mesa e tomar um sorvete tem que fazer uma fila, que pode ser bem longa e demorada, só deixam entrar na sala onde estão as mesas, quando todas as pessoas que estavam ali já saíram, daí as pessoas entram até que as mesas lotem, se não são 4, outros vão dividir a mesa contigo. Não faz sentido porque eram várias salas com mesas, mas só 1 estava sendo usada, e era não era permitido sentar nas outras salas. A garçonete perguntou o que eu queria, mas acabou trazendo tudo igual para todos os que estavam ali pois era só o que tinha. Apenas bolas de chocolate, não achei tão bom. Fiquei reparando nas outras mesas e vi um cara sozinho pedindo muitas bolas, haviam uns 8 pratos com 5 bolas cada um, ele tinha um pote e colocou todas ali e foi embora.
Habana Vieja tem uma parte feita para turistas, a maioria dos prédios foi reformado e esta cheio de lojas, bares e restaurantes bonitos. Dizem que é perigoso caminhar à noite, não quis arriscar. Não senti medo da violência, as pessoas me assustaram demais. Ninguém anda armado e o que pode acontecer é o turista estar distraído e um ladrão passar correndo e levar uma bolsa, um câmera, etc... Eu caminhava com a mochila pra frente e com a câmera amarrada ao braço, nada aconteceu comigo e também não vi nenhum roubo. Quer dizer, os cubanos tentam te enrolar o tempo todo, te dão troco errado (atenção para não receber moeda nacional no lugar de CUC) ou cobram a mais pra ver se cola. É preciso estar atento. Para comprar presentes e lembranças a melhor opção é a feira. Só tem artesanato e pinturas. Nos outros lugares é muito caro. Na feira vale pechinchar.
Faz frio no Caribe, o inverno esta começando e nos dias de chuva calça e casaco são necessários, já quando tem sol é muito quente por causa da umidade. Ainda bem que trouxe roupas pensando no ar condicionado. E falando nisso, coisa que não faz sentido em Cuba, eles não sabem usar o ar condicionado, todos os lugares turísticos são extremamente gelados, consumindo muito energia e o governo faz campanha para economizar, como não têm êxito, os apagões são freqüentes.
Táxi – é o melhor meio de transporte, mas nunca pegue os táxis lada azul e amarelo, segundo os próprios cubanos, são ladrões. Melhor e mais econômico são os lada branco, o preço é “justo” e é bom perguntar quanto vai custar antes. Tem os táxis com carros americanos novos, esses são seguros, mas são 3 vezes mais caros. Agências e hotéis vão te dizer que só este é seguro, eles têm um acordo com esses táxis. As pessoas locais pedem muita carona e achei estranho o que aconteceu comigo. Estava num táxi lada indo para o Palácio de Convenciones quando uma cubana pediu carona para o motorista, que não me perguntou nada e deixou ela entrar no carro, ela me deu bom dia e permaneceu calada. Um tempo depois pediu para sair e entregou uma nota de 10 pesos locais e saiu. Não me importei, mas acho que o motorista deveria ter me perguntado antes, afinal eu paguei em CUC que vale 24 vezes mais.
Noite – ao contrário do que eu imaginava começa cedo e termina cedo, mas tem festa todos os dias. Não quis pagar para ir nestes shows feitos para turista e meus amigos cubanos não quiserem me levar nos bares locais de salsa, disseram que é barra pesadíssima. Aproveitei as festas do congresso, fui num bar bem legal para turistas se chama Jazz café (na frente do hotel Meliá), música ao-vivo e preços razoáveis, a música é um mistura de salsa com jazz. Ana me levou num bar local e adorei, era um local cult onde tocava música popular cubana, tipo mpb em ritmo cubano, não tinha turistas e se chamava Fresa Y Chocolate, como o filme, o bar é temático. Fica na rua 23 perto dos cinemas. Também fui no Morro, bar dentro da construção que fica ao lado do farol. Ali onde foi filmado cenas de 007. Para chegar do outro lado da baía tem que passar por um túnel embaixo d’água que foi construído nos anos 50 e ainda esta em bom estado Não deixe de provar Mojitos e a cerveja Bucanero Fuerte. Eles chamam essa de cerveja escura, mas não existe cerveja preta. Escura em Cuba quer dizer que não é cristal e é mais forte que a suave.
Visto - tem que mostrar o passaporte quando se entra no pais, mas ele não é carimbado, ninguém terá problemas em viajar para outros países depois, eles carimbam o visto e tem que entregar esse papel quando se vai embora. Se quiserem o carimbo de Cuba, vão ter que tirar uma foto como eu fiz.
Dinheiro – tudo é caro, preço de Europa, 1 euro vale 1,25 CUC, e uma refeição custa em torno de 12 CUC. O melhor é levar euro, o câmbio em dólar tem corretagem de 20%. Com hospedagem os custos ficam no mínimo 50 euros por dia. Cartões de crédito quase não são aceitos e tem 11% em cima do valor. Cartões americanos como american express nem pensar. Os preços para turista são uma máfia, nem adianta pesquisar, são todos iguais para os mesmos serviços.
Internet – esta proibida nos lares cubanos, não é fácil encontrar e custa caro – 3 / 4 CUC para 15 min. Encontrei nos hotéis Habana Libre e Nacional. Este último é super bonito, vale uma visita.
Nome de ruas – fiquei 2 dias perdida na cidade reclamando que as ruas não têm sinalização, depois descobri que o nomes ficam no chão, nas esquinas, veja a foto.
Aqui tem muito caranguejo e foi engraçado quando me assustei com um atravessando a rua na frente do carro, tivemos que parar para ele passar ou ele poderia furar o pneu. Assim como cuidamos para não atropelarmos cachorros, lá também têm os caranguejos. Dizem que no sul chega a ter uns 300 ao mesmo tempo na estrada, daí tem que esperar eles passarem.
Tenho visto pessoas muito bonitas aqui, é uma mistura muito parecida com os brasileiros, negros e brancos com traços interessantes. Se não fosse pela língua, passariam tranqüilamente por brasileiros. As mulheres são vaidosas, usam enfeites e rebolam muito, somos muito parecidas.
Ana me levou num cinema para cubanos, também pago em moeda nacional. Estava como as salas velhas que temos por aqui, o que me chamou a atenção foi a sala de projeção, pedi para entrar e tirei fotos. Têm vários projetores de filmes em rolo e ainda são utilizados. Os filmes modernos são projetados em aparelho de VHS, o filme que vimos foi assim, deveria ter uns 10 anos porque os atores conhecidos eram bem novinhos.
Para comer é melhor ser convidado de cubano ou ir nos “paladares” (casas de família que preparam um refeição boa e com preço melhor). Não sou chata para comer, o problema é que se paga caro por comida ruim. Os melhores pratos são Arroz cubano e banana frita, uma delícia em forma de batata chips. Comi alguns sanduíches bons e outros bem ruins, pão é o que mais tem. Faltam vegetais, a carne é dura e seca. Antes de ir pesquisei dicas e avisaram para levar bolachas e balas, levei barras de cereal e foi uma boa alternativa nos momentos em que nada me agradava.
As fotos ao lado são dos meus novos amigos cubanos. Todos amigos de Osmany, fui muito bem recebida e conversar com eles fez a viagem ser ainda mais especial. À direita um relógio Swacht (suiço original) comprado em Cuba, um presente que adorei. Depois dizem que o Brasil é o país das contradições...

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